O fim de semana já deixava adivinhar o que se iria passar hoje. Não comeu, não bebeu, tudo teve de ser forçado e enfiado. Já nem saía do lugar, nem para fazer as suas necessidades. Hoje o veterinário não nos deu novidade nenhuma ao dizer que estava na hora de a libertar. FIV, PIF e FELV (se não me enganei nas nomenclaturas) qualquer destes vírus são graves.
Ela tinha-os todos.
Os tratamentos não estavam a funcionar e os sintomas actuais apontavam mais novos problemas... Fígado. Estava com Icterícia. Mais uma bomba a juntar ao já fantástico cocktail que surpreendia os veterinários quando mencionado.
Não tínhamos mais escapatória. Aliás, a Bianca não tinha para onde mais fugir. O veterinário recomendou abater e nós rendidos a tudo aquilo que já tínhamos visto e sabendo que os tratamentos que lhe estavam ao alcance não iriam fazer a diferença aceitámos o seu conselho.
Hoje enquanto estávamos perdidos às voltas com o carro sem sabermos para onde ir e sem o mínimo de vontade de ir para casa, ia-lhe sendo administrado Eutanol, uma droga letal utilizada para a eutanásia.
Só queremos esquecer esta dor, mas o braço de sofá arranhado por ela torna-se num templo que lembra com saudade o miar dela.
Chegámos a casa e arrumámos todas as coisinhas dela. Se no início nos custou habituar ter uma presença extra em casa, agora é sem dúvida ao contrário. Faz-nos falta. Muita falta.
Ao olhar para esta foto doí porque parece que nos olha nos olhos a comunicar connosco.
Foi sem dúvida uma lutadora que nos deu tudo o que conseguiu dar. E é assim que a queremos recordar.